Recentemente, segundo a imprensa, um raio caiu sobre uma casa em Japeri, na Baixada Fluminense, provocando imediato incêndio. Em poucos minutos, o fogo consumiu todo o imóvel. Felizmente, não havia ninguém na residência. Sorte idêntica não teve uma turista que estava à beira da Praia da Enseada, em Guarujá, e foi atingida em cheio por um raio durante tempestade na região. Apesar das tentativas de reanimação e de ser levada a uma Unidade de Pronto Atendimento, ela não resistiu e morreu. Infelizmente, as descargas atmosféricas são risco natural frequentemente esquecido no Brasil. Isto apesar do país ser, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, campeão mundial de raios: por ano, são cerca de 60 milhões de descargas, causando média de 100 vítimas fatais, mais de 200 feridos por ano e prejuízos da ordem de R$ 1 bilhão. Pelo menos uma em cada 50 mortes causadas por descargas elétricas no planeta acontece no Brasil. Outro país fortemente afetado são os Estados Unidos. De acordo com a National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), entre 2001-2012, em média, 35 pessoas morreram por ano lá ao serem atingidas por relâmpagos. Os prejuízos materiais causados pelas descargas atmosféricas são variados: incêndios em florestas e edificações, explosões em locais de concentração de materiais combustíveis, destruição de linhas de transmissão de energia elétrica e cortes de energia com as consequentes perdas em horas de trabalho e equipamentos eletrônicos. As pessoas atingidas por raios podem sofrer danos neurológicos, perda de memória, mudança de personalidade e problemas emocionais. O calor intenso pode destruir sapatos e roupas. A garantia contra danos causados por raio (incêndio, por exemplo) é tradicional no mercado de seguros e integra a cobertura básica do seguro patrimonial (de residências, condomínios e empresas). Algumas apólices incluem proteção contra picos de energia, resultado direto de um raio atingindo uma casa ou empresa. Com a explosão no número e valor dos produtos eletrônicos de consumo em residências – como TVs de tela plana, computadores, sistemas de jogos e outros dispositivos caros – é mais importante do que nunca tomar precauções. A garantia básica cobre apenas os danos resultantes de descargas ocorridas dentro do terreno da edificação segurada. Para se precaver de danos causados à edificação ou a seu conteúdo por queda de raio fora do respectivo terreno, o segurado deve contratar coberturas adicionais, por exemplo, a de danos elétricos que garante indenização por perdas causadas a fios, enrolamentos, chaves, circuitos, conduites, materiais de acabamento e aparelhos elétricos em decorrência do calor gerado por acidentes elétricos, inclusive, decorrentes de queda de raio fora do terreno do imóvel segurado. Outro ponto importante é que, para o seguro ser acionado e validado, deve haver vestígio material inequívoco da ocorrência, caracterizando o local do impacto e o curso da descarga elétrica. Por isso, é importante ao segurado, num eventual sinistro, abrir um registro de ocorrência policial e obter um laudo de ocorrência do Corpo de Bombeiros ou da Defesa Civil. As apólices multirriscos de automóveis, transporte de cargas e riscos de engenharia também costumam oferecer garantia contra prejuízos causados por raios. Idem, no caso do seguro habitacional, onde a apólice DFI (Danos Físicos ao Imóvel) contém a mesma cobertura. Há, entretanto, que notar a exclusão de cobertura no caso do seguro de garantia estendida. De fato, junto com roubo, perda, incêndio, impactos etc, o relâmpago é considerada evento de causa externa ao produto e, como tal, não acionável para efeito desse seguro. Ter seguro contra queda de raio é importante, mas a prevenção não deve ser descartada. Para proteger residências e empresas considere o seguinte: Instalar um sistema de proteção contra raios. Isto vai além de um simples para-raios. Tal sistema fornece um caminho especifico para a descarga, de modo que o poder destrutivo do raio é dirigido com segurança para o solo, deixando intactos a estrutura e seu conteúdo. O sistema inclui para-raios ou terminais aéreos na parte superior da edificação, fios para transportar a corrente e aterramento adequado na parte inferior da casa. Usar protetores contra picos de energia. Os atuais equipamentos eletrônicos são muito sensíveis a relâmpagos. Para garantir alto grau de proteção, os protetores devem ser instalados nos quadros de força, nas linhas de telefone, de TV a cabo, satélite, etc, enfim, nas linhas que podem servir como meios de condução dos raios e serem aterrados. Tenha em mente que apenas os filtros de linha sem aterramento oferecem pouca proteção contra picos de energia elétrica. Desligar, nas tempestades, os equipamentos eletrônicos mais caros como TVs, computadores e assim por diante. O que fazer e não fazer para o seu cuidado pessoal numa tempestade: Abrigue-se dentro de uma casa ou edifício de preferência protegido com um sistema contra raios. Veículos cobertos são abrigos seguros, também. Alguns locais são extremamente perigosos durante uma tempestade. Evite lagos, praias, mar aberto, pesca em barco, uso de equipamentos agrícolas, motocicletas ou bicicletas. Abrigue-se em túneis ou metrô, mas nunca debaixo de uma árvore! Para evitar descargas laterais (tensão vinda de um objeto próximo atingido pelo raio), fique longe de cercas, árvores isoladas, postes, linhas de energia, oleodutos ou outros objetos eletricamente condutivos. Não use o telefone! Em sua casa, não fique perto de janelas abertas ou tubulação de metal. Evite o contato com aparelhos eléctricos, tais como rádios, torradeiras, secadores de cabelo etc.
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